A líder bloquista, Catarina Martins, revelou numa entrevista à agência Lusa, no dia 23 de maio, que irá deixar de ser deputada no final da sessão legislativa. Isso acontece na véspera da convenção do Bloco de Esquerda, onde também vai deixar a liderança do partido.
“Não tem muito sentido” continuar no Parlamento, disse Catarina Martins à Lusa, acrescentando que vai manter-se na direção do partido, mesmo deixando a bancada parlamentar do BE após quase 14 anos como deputada.
Ela justificou sua decisão dizendo que estamos num período em que há vários dossiês em cima da mesa. Portanto, para equilibrar as coisas, ela permanecerá até o final da sessão legislativa. Catarina Martins acompanhará na Comissão de Revisão Constitucional enquanto Pedro Filipe Soares estará na Comissão de Inquérito à TAP. No entanto, após o fim da sessão legislativa, ela renunciará ao cargo.
Não obstante, a coordenadora afirmou que, mesmo não ocupando mais o cargo de deputada, estará sempre comprometida com o BE. Ainda integrando o partido com toda a convicção, continuará na próxima direção, desde que eleita pelos camaradas na próxima convenção. No entanto, segundo Catarina Martins, ela fará isso com outro ritmo e noutro papel.
“Apesar do suporte e do compromisso que mantive durante muitos anos como deputada, agora preciso de ter um outro ritmo e entrar numa época diferente de intervenção”, explicou a ainda líder bloquista, que foi eleita deputada pela primeira vez nas eleições legislativas de 2009 como independente nas listas do Bloco de Esquerda e, posteriormente, como militante.
Embora Catarina Martins esteja a seguir um ritmo mais suave, ela ainda fará campanha na Madeira – conforme o combinado. No entanto, ela não pretende pensar em novas candidaturas a outras eleições – pelo menos por enquanto. Depois de anos em ritmo acelerado e exposta a muitas pressões, a líder precisa de mais tranquilidade na sua vida.